Como a Antropologia vem ajudando empresas a decifrarem o comportamento do consumidor
A Antropologia já deixou o âmbito acadêmico e hoje tem sua atuação ampliada no mercado com os estudos de Antropologia do Consumo. Trata-se de um núcleo de pesquisas, ferramentas e técnicas voltados para entender o comportamento do consumidor e seus códigos de relacionamento com objetos, marcas e as outras
pessoas.
Com um desejo cada vez maior das marcas em compreenderem os clientes para entregar uma experiência de consumo mais assertiva e satisfatória, a Antropologia do Consumo ganhou seu espaço no mercado em agências de publicidade, Comunicação, Moda, Arquitetura e até entre categorias de produtos do dia a dia. Do planejamento ao lançamento de um produto, bem como no redesign de uma marca ou embalagem, as técnicas da Antropologia do Consumo encontram aplicabilidade.
Entre essas técnicas está a etnografia, que consiste em coletar informações de maneira imersiva a respeito de um determinado objeto de estudo. No campo da Antropologia do Consumo, essa metodologia pode ser aplicada para entender, por exemplo, quais as motivações que um consumidor leva em conta na hora de
escolher um determinando produto.
Essa abordagem com o consumidor pode ser feita por meio de entrevistas, grupos focais e até observação não-participante – quando o pesquisador não interage diretamente com o objeto de pesquisa, seja um grupo específico, uma comunidade ou um determinado perfil de cliente.
Outra área muito valiosa para as empresas em que os estudiosos de Antropologia do Consumo podem encontrar atuação é no desenvolvimento de relatórios de tendências de mercado. Esses materiais consistem em análises sobre as forças que atuam sobre o comportamento do consumidor e o fazem ir em uma determinada direção.
Para o mundo corporativo, antever esse movimento significa ganhar espaço no mercado, se posicionar à frente dos concorrentes e até desenvolver novos produtos ou readequar estratégias de comunicação. Um exemplo interessante é o recente relatório desenvolvido pelo Spotfy for Brands com foco nos comportamento da Geração Millennial e Z.
Outra forma em que os profissionais capacitados para atuar nessa área podem encontrar trabalho é em ajudar as empresas a decifrar códigos sociais e transformá-los em propostas de valor. Essas propostas podem ser traduzidas como novos atributos para um determinado produto, um outro approaching de comunicação ou até mesmo a retirada de uma informação ou item da fórmula / mix do produto que não condiga o comportamento do público-alvo.
Recomendações de conteúdo sobre Antropologia do Consumo
As obras abaixo são referência no assunto e servem tanto para embasamento de projetos quanto para consulta:
– O Mundo dos Bens: Para uma Antropologia do Consumo – de Mary Douglas e Baron Isherwood;
– Cultura, Consumo e Identidade – Lívia Barbosa e Collin Campbell;
– Grant McCraken – Cultura e Consumo;
– A Vida Social das Coisas – Arjun Appadurai;
– Consumo: Cosmologias e Sociabilidades, Treco, Troços e Coisas;
– Estudos Antropológicos Sobre a Cultura Material – Daniel Miller.
Lembrando também que aqui na Escola, temos o Curso Livre de Antropologia do Consumo para quem deseja ampliar seus conhecimentos no assunto.